era por dentro.
rasgava-se a carne e desfazia-se o tempo
enquanto esperávamos o dia.
de fora
os pássaros gritavam
como que anunciando o fim da noite
mas era tarde.
por dentro
escorriam pedaços de vida
pintando uma tela com espaços vazios
um pequeno homem
olhava a tela
quieto
explodia as cores dentro da alma
e um sorriso breve surgia num recanto
escuro
de uma existência esquecida
de uma existência esquecida
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