quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Dia nr igual

Mais uma semana arrumada na gaveta. Deita.se fora a chave e a vida continua. Desces as escadas, já não contas os degraus. Sobes a rua, viras a direita. Contornas mais uma velhinha assassinada enquanto assobias o novo sucesso original, ou não, do grande tony. Mais uns passos, mais um olhar de desprezo ao mendigo das segundas-feiras de manhã da esquina ao fundo. Retiras do bolso o Olá já gasto de todos os dias e cumprimentas a custo a gorda do café. - uma bica e um copo de àgua. Já não sai o por favor, até porque a gorda está lá é para trabalhar e a boa educação já não te cabe no dicionário. Já cá fora, retiras o jornal debaixo do braço, soltando mais umas gotas de orgulho pelo sucesso do roubo das letras. Saltas a primeira página, a segunda... avanças até ao Desporto que mortes, assaltos, furacões e terrorismo já não tem nada de última hora. Ora bem, aqui está - o Glorioso até nem perdeu - e o dia tem tudo para correr pelo melhor. Está quase na hora da missa, que um pouco de devoção nunca faz mal a ninguém... e queira Deus que lá esteja o Manel para ir beber uns canecos e jogar uma sueca ao fim da tarde.
Trabalhar... isso é para quem deve à inteligencia, até porque o subsidio é uma miséria mas dá para cultivar a barriguinha.
Já se faz tarde o melhor é voltar para casa, a Maria já deve ter chegado... está na hora de jantar mas sem antes esquecer mais umas nódoas negras.
Boa noite... que amanhã será igual

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Jazz em tons de azul

Vão nascendo... como campos flutuantes de luz que gira para nos encontrar, enquanto toda a cidade adormece. Lá ao fundo... vai.se desenhando o palco, desta vez só nosso, das nossas canções. Porque a Praça é nossa, a Praça e toda a música condensada. O contrabaixo azul inicia descontroladamente o solo dos que não estão sozinhos e ficamos ali... sentados naquele piano já sem teclas e a ver a noite, enquanto ouvimos os dias dentro de nós. Porque não são precisas multidões, não são precisos copos altos com liquidos transparentes, não são precisos acessórios... Porque gosto de ti sem distracções... Porque bastamo.nos nós... a nossa Praça... e todas as canções...