domingo, 30 de setembro de 2007

hoje não

Por vezes, quando não queremos perceber, nada há que se faça explicar.
Eras alto, gel no cabelo, e o ar desalinhado de qualquer poeira cósmica perfeita.
Pensaste sempre, ser dono de tudo e todos, e nem quando perdeste o universo te deste de conta de que a vida depois de desfeita, quase dificilmente se autorepara, ainda menos se te sentas à espera de uma qualquer intervenção divina, na qual nem se quer acreditas porque dizes com orgulho "só acredito no que vejo". E mesmo que acreditasses, pensarias se não serias tu próprio o tal Senhor de barba branca Todo Poderoso.
Mas depois telefonas-me a meio da noite, a pedir ajuda para ontem e adoração para amanhã, e só consigo ter pena. Porque apesar de todo tu seres solidão, os amores feridos raramente perdoam, e quase nunca saram e como tal, já não encontro força em mim para ti, ou talvez a tenha perdido intencional e desesperadamente, só para não ter que a dividir contigo. Porque um dia me colonizaste e me moldaste a ti de tal forma, que ás vezes já nem me conheço. E agora quando estou prestes a quebrar o feitiço...voltas de olhos grandes e sorriso triste e com a plena convicção de que a minha vida parou por ti.
Mas hoje não! Hoje não te atendo o telefone nem te vou abrir a porta. E se olhares pela janela e me vires...é porque estou a ouvir os lobos a uivarem ao luar.

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