Gostava de contar as estrelas, uma a uma como se fossem de tabuada. Multiplicava cada pontinho luminoso, à espera que uma lhe caisse nas mãos, resultado de qualquer desejo concluido. Como aqueles que se vendem em frascos, só com a diferença deste ser real e verdadeiro. E assim passava as noites...a sonhar acordada, a imaginar viver num qualquer mundo de jornal, mas onde tudo permanecia limpo. As palavras eram revistas, corrigidas e só depois faladas. E tudo isto passava pela sua cabeça. Mas nenhuma estrela caía. Pareciam todas demasiado coladas à tela azul, como se fossem pintadas, cada uma com tinta impossivel de apagar.
- Gostava de traze-las para baixo - sussurava baixinho.
Um dia, quando a esperança recuava, uma estrela caiu, pousou tal qual uma borboleta nas suas pequeninas mãos...vinha a sorrir e sussurrou-lhe ainda mais baixinho do que ela costumava fazer:
- Comer uma estrela...como se fosse de goma, como se fosse de doce e ficar cheia de luz por dentro.
Ela não percebeu, e como achou que comer uma estrela, aquela por quem tanto tinha esperado, não era de todo uma boa ideia e atirou-a novamente contra a tela azul. Assim que o fez deu-se uma explosão de cor. E de repente milhões de estrelas cairam, por todo o lado. Parecia neve, mas brilhante, muito brilhante.
E ela, ficou ali rendida ao espectaculo da luz.
Adormeceu...por entre as estrelas caídas...quando acordou, percebeu que tudo tinha sido um sonho...mas os seus frascos...estavam cheios!
segunda-feira, 18 de junho de 2007
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1 comentário:
:) (isto é um sorriso)
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