domingo, 22 de fevereiro de 2009

No teu poema

No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida

No teu poema existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo.

Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da senhora da agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria.

Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonhos inquietos de quem falha.

No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano

Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera de futuro.

José Luiz Tinoco

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Pertinho

2,33×10-10

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sou só eu...

Às vezes é a tal coisa de estar no sítio certo à hora certa/errada e de ficar/ir, parar/agir. Às vezes tudo se decide numa partícula de segundo...um pequeno gesto errado, uma paragem inapropriada, um olhar mal dirigido, uma palavra mal interpretada e tudo se perde/ganha tudo se transforma em tudo/nada.
Chamem-lhe destino ou não...eu acho apenas que é sorte/azar de saber rir/chorar, ir/ficar no momento certo...tudo coisas que se decidem por um calhar...ou não...isto sou apenas eu que acho...

Simples

mas eu nem queria mais do que ter-te em miniatura na palma da mão e parar para te sussurrar a qualquer momento como me assusta a cara de má da senhora do café ou como ela é adorável quando me sinto feliz

e tu nem tinhas de responder, um sorriso era perfeito
.

Renascer

Rasgam.se os papéis... treme a mão e recomeça... As palavras escorrem provindas de uma qualquer epifania... já não cabem... tentas agarrá-las em desiquilibrio com tanto peso mas é inútil... vão.se acumulando e percebes que em poucos instantes te vão sufocar... Afogado num mar de palavras... poderia ser uma frase linda, uma analogia perfeita de um qualquer livro fútil, de qualquer reles escritor de euros na ponta da caneta. Mas não... vais morrer... as palavras vão voltar a ti... as palavras que tantas vezes sussurraste, que tantas vezes gritaste quando sozinho, que tantas vezes guardas.te no bolso para melhores dias.

E nesse dia vais perceber, que pior do que morrer no silêncio é ficar a transbordar de palavras que nunca poderão ser ditas.