quarta-feira, 22 de agosto de 2007

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Detesto Agosto.
Estas semanas de vento disperso por aí, fazem-me divagar. E só consigo pensar em ti. Já nem sei se passaram 2 anos se a vida toda. Mas sinto-te da mesma maneira, a mesma voz, o mesmo cheiro, as mesmas tardes passadas a ver "friends", no teu colo, só porque acordava ressacada com a campainha e tu aparecias dizias tu "apeteceu.me". Os dias pingam numa ampulheta qualquer que insiste em nos fazer lembrar que o tempo ou uma qualquer vontade rouba tudo. E depois nesta altura, como nos festivais de verão, passo pelas ruas que me parecem vazias, e estás espalhado a preto por toda a parte. Como se fosse preciso hora para te lembrar, como se eu não o fizesse todos os dias. Aprendi a tomar sozinha o pequeno almoço antes de irmos estudar, aprendi a não ver o teu carro estacionado cedinho como de costume, aprendi a não aprender a jogar ténis às terças à tarde. Mas não consigo aprender a estar sem ti. Doi como no primeiro dia...
Ás vezes penso, que amanhã a campainha vai tocar, e vais dizer.me "apeteceu.me" e vamos ficar os dois acordados a falar da viagem que fizeste e dos sitios que conheces.te e de como é bom ter amigos como nós. E depois vais sorrir com os olhos pequeninos como costumas fazer quando penso em ti e cantar o chapéu aos quadradinhos e muitas outras pseudo-músicas que uma vez aprendemos quando as viagens eram curtas e tu voltavas.

1 comentário:

Sr. Jeremias disse...

E divagas e deitas para fora o que te vai roendo por dentro.

A campainha pode tocar, até amanhã, com um "apeteceu-me" e podes passar todo o dia a ver friends e a cantar o chapéu aos quadradinhos, podes até jogar ténis como nunca... Mas agora só em sonhos, sonhos que por vezes são mais reais que a própria vida. Sabes isso. Sei que sabes.

Sei que sabes muito mais, que te sabes coser mas deixando sempre um ponto mal dado.