Longos vestidos de cristal,
Que cegam e reflectem cada imagem.
Finas e breves capas de existência
Que sem nunca se tornarem transparentes,
Resguardam estranhamente cada essencia.
Fantásticos reis, divinas fadas,
Sem coroa, nem varinha de condão.
Prometem mas não cumprem as palavras,
Porque sempre mostram ser o que não são.
Fazem-no porque sim? Porque está certo?´
Digamos... politicamente correcto.
Figura elegante, bem selecta,
Por ser obviamente necessário.
Ri do que odeia e abomina
E com a máscara que coloca cada dia,
Até as mais puras almas contamina.
Se o milagre da vida a morte humilha,
Deveriam chamar, a si a humilhação.
Pois tudo que esta vida tanto ensina,
Converge no sentir pela razão.
Poderemos ser diferentes? Insurrectos?
Não! Antes... politicamente correctos!
"Peço desculpa", "Obrigado",
"Perdão, tem toda a razão".
Palavras habituais, demasiadamente normais.
Mera mecanização.
Arrependimento? Humildade?
Apenas boa educação.
E assim vamos girando,
Neste mundo, um carrossel,
Onde o amor é contrabando
E a infidelidade, fiel.
Somos autómatos, contrabandistas, falando um só dialecto.
Não porque queremos... mas porque é o politicamente correcto.
Ou se salvam, ou se desculpam, senão condenam.
Guerras santas, liberdade!
Criaram o crime inocente,
Que assassina muita gente,
Por concentrar a "verdade".
Fazem da vida um palco
A cada dia são actores,
Identidades criadas, mas sempre representadas
Por aspirantes amadores.
Pura verdade? Real concreto?
Isso é politicamente incorrecto.
Os tiranos só são grandes
Quando olhados por covardes.
São deste mundo os guerreiros
Os puros e verdadeiros,
Veneradores da covardia.
Não podemos ser crianças,
O essencial é crescer.
E ao perder a inocencia,
Aprendemos a ver sofrer.
Não rimos, nunca choramos,
Apenas sérios directos.
E até de viver nos esquecemos,
Porque unicamente vivemos,
O politicamente correcto.
domingo, 13 de maio de 2007
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1 comentário:
E depois há o Jeremias, o Casimiro e mais uma legião de seguidores dispostos a ver explodir uma série de coisas, dispostos a gozar com o politicamente correcto.
Uma lata banhada a ouro, não deixa nunca de ser lata. O ouro mais tarde ou mais cedo cai...
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