sexta-feira, 22 de maio de 2009

Metamorfose

nao durmo.

tic-tac, tic.tac, tic-tac... oscila o pendulo entre o lá e o cá e pesam os segundos na balança descaida para o não ser. Voltam a mim todas as palavras e atropelam.se na garganta outras tantas por dizer. Correm freneticos os dedos pelas teclas já gastas do piano. Entra o jazz improvisado pelos ouvidos e contenho.me no ataque epileptico que me atira para um mar de espuma. Hoje... o meu! Corpo fora da mente, mente fora do corpo, razao fora do impulso, impulso demasiado perto da morte. Morte a soltar gargalhadas, morte a ceifar a vida, morte dobrada, agarrada à barriga... risos.. risos..risos... Ofegante... ofegante corrida de olhos cosidos, postos no céu... cego,cego,cego. Escuro nos olhos, escuro dentro do corpo, escuro das maos que se fundem na caneta e pingam sangue. Papel sujo, papel gasto, papel velho. Rasga, corrompe, retira a forma. Molda, cria, nasce novamente. Sorri de olhos vendados. Retira a venda, o mundo é novo.

já não és tu.