segunda-feira, 28 de maio de 2007
Maria
Maria é isso...Tem o olhar calmo de quem ainda não cresceu.Aposto que se levanta todas as manhãs, e ao abrir as janelas segura o sol com as suas pequeninas mãos. E então grita:"Bom dia terra de estranhos! Estou aqui, já acordei".E o fogo nunca se apaga do seu olhar... porque um dia lhe disseram quea força dos corações nasce dos olhos brilhantes cheios da magia do luar.E é por isso que nas noites de luar, ela se senta nas palavras e sonhaos farrapos dos que são maiores que nós.Quando chove e faz muito, muito frio, ela derrete-se em gelados e cobertores quentinhosenquanto passa e repassa as velhas fotografias, sempre as mesmas, que arrastam consigo afelicidade do passado, e trazem aquele quarto escuro que vive no armário dos monstros e fantasmas,um pouco da paz do mundo das crianças.A Maria, menina crescida como o avô lhe chama, continua maltratando o tempo e dizendosempre que nunca soube o que era amar. Mas nunca ninguem acredita... afinal estamos afalar da Maria... a filha dos pequenos malmequeres, que se veste de arco-iris e abraça a brisa fina das areia do mar. Ela é a eterna amante do mundo, dos grandes, pequenos,dos bonitos, dos menos bonitos, dos direitos, dos inclinados, dos diferentes, dos normais, dos pretos,dos brancos, dos cinzentos...NÃO... dos cinzentos não, porque se existe algo que a Maria nunca amou foio cinzento, porque nunca compreendeu, não aqueles que vivem atrás da linha, não aqueles que vivem depois da linha,mas dos que insistem em permanecer em cima dela.E à noite... depois de apagar a luz... sopra o mundo [o dela...],e sussurra:"Voa... e encontra-te...espero por ti amanhã..."
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Lado de fora
Começo a pensar que deveria ir dormir, em vez de estar aqui a divagar sobre questões que nunca serão resolvidas...pelo simples facto de não se poderem resolver sozinhas...
O maior problema é que não tenho, nem sono, nem vontade de iniciar uma odisseia de resolução de questões universais... universais para mim...porque se encontram no meu mundo...que neste momento me parece de pernas para o ar...virado do avesso...e eu nem sei de que lado estou.
Se calhar devia investir "no lado de fora", como o meu amigo Jeremias. (whatever)
O maior problema é que não tenho, nem sono, nem vontade de iniciar uma odisseia de resolução de questões universais... universais para mim...porque se encontram no meu mundo...que neste momento me parece de pernas para o ar...virado do avesso...e eu nem sei de que lado estou.
Se calhar devia investir "no lado de fora", como o meu amigo Jeremias. (whatever)
Aqui é mais longe que lá
Hoje tropecei nas palavras...
Descobri que sou tia novamente...mas desta vez...não vou poder ver nada, assistir a coisa nenhuma...porque estou aqui...e estas distancias estão a tornar-se cada vez mais intermináveis...
Já não sei o que dizer...porque mesmo na tentativa de gritar...ninguem me conseguiria ouvir...
Hoje...não tenho nada para dizer...nem nada para dar...só sei que tenho umas saudades pequeninas e irritantes...e isso não é nada que se diga...
Miss u all!!!
Descobri que sou tia novamente...mas desta vez...não vou poder ver nada, assistir a coisa nenhuma...porque estou aqui...e estas distancias estão a tornar-se cada vez mais intermináveis...
Já não sei o que dizer...porque mesmo na tentativa de gritar...ninguem me conseguiria ouvir...
Hoje...não tenho nada para dizer...nem nada para dar...só sei que tenho umas saudades pequeninas e irritantes...e isso não é nada que se diga...
Miss u all!!!
terça-feira, 22 de maio de 2007
Espaço para gritar
- Boa noite, gostaria de alugar um espaço exclusivamente para gritar.
- Muito bem - anotar, pausa
- E que tipo de espaço tem em mente?
- Humm como assim? Só quero um espaço normal à prova de som, para gritar percebe?
- Sim sim entendo mas...referia-me ao formato do espaço, deseja um espaço redondo, quadrado, triangular...?
- Oh pouco importa, desde que tenha uma janela e seja à prova de som.
- Compreendo - anota, anota mais
- Temos espaços ovais também e...(Interrompe)
- Quero um com cantos!
- Muito bem, pode ser quadrado? É que os rectangulares já estão ocupados e os triangulares não têm janelas.
- Quadrado então.
- Então vou reservar - escreve, escreve, escreve
- Tem mais algum pedido?- Sim, quero uma manta no chão.
- Muito bem - escreve, escreve mais, rasga o papel, recebe o dinheiro
- Queira acompanhar-me então por aqui - anda, anda, anda, abre a porta, entrega a chave
- Aqui estamos, se necessitar de alguma coisa basta chamar carregando neste botão.
- Obrigada - fecha a porta, faz-se silêncio
(deita-se no chão, não grita)
- Muito bem - anotar, pausa
- E que tipo de espaço tem em mente?
- Humm como assim? Só quero um espaço normal à prova de som, para gritar percebe?
- Sim sim entendo mas...referia-me ao formato do espaço, deseja um espaço redondo, quadrado, triangular...?
- Oh pouco importa, desde que tenha uma janela e seja à prova de som.
- Compreendo - anota, anota mais
- Temos espaços ovais também e...(Interrompe)
- Quero um com cantos!
- Muito bem, pode ser quadrado? É que os rectangulares já estão ocupados e os triangulares não têm janelas.
- Quadrado então.
- Então vou reservar - escreve, escreve, escreve
- Tem mais algum pedido?- Sim, quero uma manta no chão.
- Muito bem - escreve, escreve mais, rasga o papel, recebe o dinheiro
- Queira acompanhar-me então por aqui - anda, anda, anda, abre a porta, entrega a chave
- Aqui estamos, se necessitar de alguma coisa basta chamar carregando neste botão.
- Obrigada - fecha a porta, faz-se silêncio
(deita-se no chão, não grita)
É relativo...
Há dias que já nem consigo dizer á quanto tempo. Perdi o sentido das distancias,das medidas, dos constantes passos largos do tempo. Há dias em que já não sei se são2 semanas ou 20 anos, e me perco no vazio dos espaços á espera...julgava saber do quê, mas parece agora longe e envolto em nevoeiro.
Sempre odiei as distancias...sempre...tão arrogantemente relativas...podem fazer aumentar, diminuir,sofrer, aliviar, esquecer...e nunca são iguais. Por isso estou aqui e tu aí e as medidas são diferentes.Por isso também que sempre te disse que o suficiente para ti, podia não o ser para mim...As coisas são sempre tão...tão incrivelmente ambíguas, que por vezes até consigo perder a noção do que quero, ou do que um dia sonhei ter. E porquê? Porque o que era longe ontem tornou-se insuportávelmente perto, porque os antónimos foram separados por tão ténue linha, que já se fundiram num só, para manipular o que penso, o que julgava saber e o que já não sei se sinto.
Sempre odiei as distancias...sempre...tão arrogantemente relativas...podem fazer aumentar, diminuir,sofrer, aliviar, esquecer...e nunca são iguais. Por isso estou aqui e tu aí e as medidas são diferentes.Por isso também que sempre te disse que o suficiente para ti, podia não o ser para mim...As coisas são sempre tão...tão incrivelmente ambíguas, que por vezes até consigo perder a noção do que quero, ou do que um dia sonhei ter. E porquê? Porque o que era longe ontem tornou-se insuportávelmente perto, porque os antónimos foram separados por tão ténue linha, que já se fundiram num só, para manipular o que penso, o que julgava saber e o que já não sei se sinto.
Pró ano...
sexta-feira, 18 de maio de 2007
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Perdi-me
Custa-me perceber porque fico deitada no sofa com o portatil no colo e a televisao ligada, quando eu propria estou desligada de ambos.
Acho que me perdi de mim, se é que isso é possivel. Mas o fantástico é que estou aqui tão perto e não me encontro nem um bocadinho.
E tenho saudades...
Deviamos ter um mapa de regresso a nós.
Já experimentei aqueles das cidades que dizem "você está aqui". Perguntam-me se resultou? Nada...bem que procurei por mim naquela bolinha vermelha, mas nem sinal...
Acho que esta na hora de chamar pessoas competentes no assunto...afinal já passaram mais de 5 dias, por isso não me devem recusar o inicio da investigação. Talvez me encontrem...
Já devia ter pensado nisto ha mais tempo...pena não ser britânica...
Desculpem o grito...
Acho que me perdi de mim, se é que isso é possivel. Mas o fantástico é que estou aqui tão perto e não me encontro nem um bocadinho.
E tenho saudades...
Deviamos ter um mapa de regresso a nós.
Já experimentei aqueles das cidades que dizem "você está aqui". Perguntam-me se resultou? Nada...bem que procurei por mim naquela bolinha vermelha, mas nem sinal...
Acho que esta na hora de chamar pessoas competentes no assunto...afinal já passaram mais de 5 dias, por isso não me devem recusar o inicio da investigação. Talvez me encontrem...
Já devia ter pensado nisto ha mais tempo...pena não ser britânica...
Desculpem o grito...
domingo, 13 de maio de 2007
Politicamente Correcto
Longos vestidos de cristal,
Que cegam e reflectem cada imagem.
Finas e breves capas de existência
Que sem nunca se tornarem transparentes,
Resguardam estranhamente cada essencia.
Fantásticos reis, divinas fadas,
Sem coroa, nem varinha de condão.
Prometem mas não cumprem as palavras,
Porque sempre mostram ser o que não são.
Fazem-no porque sim? Porque está certo?´
Digamos... politicamente correcto.
Figura elegante, bem selecta,
Por ser obviamente necessário.
Ri do que odeia e abomina
E com a máscara que coloca cada dia,
Até as mais puras almas contamina.
Se o milagre da vida a morte humilha,
Deveriam chamar, a si a humilhação.
Pois tudo que esta vida tanto ensina,
Converge no sentir pela razão.
Poderemos ser diferentes? Insurrectos?
Não! Antes... politicamente correctos!
"Peço desculpa", "Obrigado",
"Perdão, tem toda a razão".
Palavras habituais, demasiadamente normais.
Mera mecanização.
Arrependimento? Humildade?
Apenas boa educação.
E assim vamos girando,
Neste mundo, um carrossel,
Onde o amor é contrabando
E a infidelidade, fiel.
Somos autómatos, contrabandistas, falando um só dialecto.
Não porque queremos... mas porque é o politicamente correcto.
Ou se salvam, ou se desculpam, senão condenam.
Guerras santas, liberdade!
Criaram o crime inocente,
Que assassina muita gente,
Por concentrar a "verdade".
Fazem da vida um palco
A cada dia são actores,
Identidades criadas, mas sempre representadas
Por aspirantes amadores.
Pura verdade? Real concreto?
Isso é politicamente incorrecto.
Os tiranos só são grandes
Quando olhados por covardes.
São deste mundo os guerreiros
Os puros e verdadeiros,
Veneradores da covardia.
Não podemos ser crianças,
O essencial é crescer.
E ao perder a inocencia,
Aprendemos a ver sofrer.
Não rimos, nunca choramos,
Apenas sérios directos.
E até de viver nos esquecemos,
Porque unicamente vivemos,
O politicamente correcto.
Que cegam e reflectem cada imagem.
Finas e breves capas de existência
Que sem nunca se tornarem transparentes,
Resguardam estranhamente cada essencia.
Fantásticos reis, divinas fadas,
Sem coroa, nem varinha de condão.
Prometem mas não cumprem as palavras,
Porque sempre mostram ser o que não são.
Fazem-no porque sim? Porque está certo?´
Digamos... politicamente correcto.
Figura elegante, bem selecta,
Por ser obviamente necessário.
Ri do que odeia e abomina
E com a máscara que coloca cada dia,
Até as mais puras almas contamina.
Se o milagre da vida a morte humilha,
Deveriam chamar, a si a humilhação.
Pois tudo que esta vida tanto ensina,
Converge no sentir pela razão.
Poderemos ser diferentes? Insurrectos?
Não! Antes... politicamente correctos!
"Peço desculpa", "Obrigado",
"Perdão, tem toda a razão".
Palavras habituais, demasiadamente normais.
Mera mecanização.
Arrependimento? Humildade?
Apenas boa educação.
E assim vamos girando,
Neste mundo, um carrossel,
Onde o amor é contrabando
E a infidelidade, fiel.
Somos autómatos, contrabandistas, falando um só dialecto.
Não porque queremos... mas porque é o politicamente correcto.
Ou se salvam, ou se desculpam, senão condenam.
Guerras santas, liberdade!
Criaram o crime inocente,
Que assassina muita gente,
Por concentrar a "verdade".
Fazem da vida um palco
A cada dia são actores,
Identidades criadas, mas sempre representadas
Por aspirantes amadores.
Pura verdade? Real concreto?
Isso é politicamente incorrecto.
Os tiranos só são grandes
Quando olhados por covardes.
São deste mundo os guerreiros
Os puros e verdadeiros,
Veneradores da covardia.
Não podemos ser crianças,
O essencial é crescer.
E ao perder a inocencia,
Aprendemos a ver sofrer.
Não rimos, nunca choramos,
Apenas sérios directos.
E até de viver nos esquecemos,
Porque unicamente vivemos,
O politicamente correcto.
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